“Fazer cursos só por fazer é perda de tempo”

Morguefile)
Depois que o ano novo desponta e o Carnaval acaba, uma multidão se apinha em frente a computadores a fim de planejar os próximos meses. À primeira vista, concentrar-se na realização de cursos parece uma ótima ideia, afinal, é preciso se reciclar. No entanto, não é bem assim.
“Fazer cursos só por fazer é perca de tempo. É importante entender seu objetivo. Buscar opções que te ajudem a ter ferramentas para se destacar e se posicionar na área que você deseja”, afirma a coach e facilitadora Lella Sá.
Para a profissional, as pessoas precisam identificar o que querem alcançar profissionalmente antes de preencher trezentos formulários e pagar infindáveis mensalidades.
Sobre esse processo, ela explica: “Eu entendo carreira como estilo de vida. O trabalho dita seu estilo de vida. É importante entender como você quer viver, qual o futuro que você quer criar para ter recursos que te possibilitem concretizar o que deseja”.

a avançar na carreira (Créditos:
Morguefile)
E os perdidos de plantão, o que eles devem fazer? Para Lella, não há atalho, “se não passarem por um processo de autoconhecimento, no qual consigam clarear o caminho, vão ficar andando em círculos”.
Quando o assunto é o formato das opções oferecidas, a coach adverte que é preciso tomar cuidado para não fazer somente cursos teóricos. Disciplinas práticas possibilitam que o conhecimento seja aplicado. Entre um experimento e outro, o que foi aprendido se consolida.
Para quem quer fazer uma pós, ela sugere: “Não se deve fazer uma especialização para se destacar no mercado. É importante entender se o curso está alinhado com o que você quer fazer no futuro”.
Qual a importância de cursos complementares nas artes visuais?
Em Artes Visuais, os cursos complementares têm outro significado, além da atualização profissional. As atividades remetem a um momento primevo da História da Arte, em que os ateliês eram o principal lugar de investigação e experimentação.
Sobre essa associação e a importância das atividades de educação não formal, o professor Sérgio Romagnolo, docente no curso de Artes Plásticas da Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (Unesp), afirma: “Os cursos complementares deixam de lado a estrutura engessada e acabam sendo um ambiente também de amizade. Se você for pensar, é o que o Andy Warhol propunha com a Factory e o que as melhores escolas também pretendem”.

a avançar na carreira (Créditos:
Morguefile)
A frequência do curso é um ponto a ser observado, segundo o docente. Caso a atividade seja prática, o ideal é que ela se aproxime de algo permanente. Assim, os estudantes poderão ter um ambiente efetivo de investigação de linguagem e experimentação.
Sobre a compartilhamento com outros estudantes, ele é taxativo: "É importante, enriquece, e você acaba aprendendo ao ver outras pessoas trabalharem"./f